A enxaqueca é bem mais frequente nas mulheres do que nos homens, chegando a acometer quase metade da população feminina mundial¹. Sobretudo, por conta da menstruação, existindo assim, a enxaqueca menstrual.

Os tipos mais frequentes de enxaqueca nessas pacientes são aqueles que estão relacionados ao período menstrual², chegando a quase 60% dos casos³. Graças a estudos mais recentes, já faz algum tempo que os especialistas vêm desmistificando a relação entre o estrogênio e o aparecimento de crises próximas, ou durante o período. E a gravidez é possivelmente a maior prova disso².

Durante a gestação, as taxas hormonais (incluindo o estrogênio) estão muito mais elevadas, e se mantêm altas por toda a gravidez, fazendo com que 80%² das pacientes com enxaqueca melhorem nesse período. As 20% que continuam com a doença, relatam uma diminuição na frequência das crises e também na intensidade das dores de cabeça e outros sintomas².

Na verdade, o que a ciência vem apontando como causa é a grande variação hormonal pela qual as mulheres passam uma vez por mês². E não só do estrogênio, mas também da progesterona, do hormônio luteinizante e do hormônio folículo estimulante. Ou seja, é a oscilação de todos eles que causa as crises, e não um ou outro isoladamente.

Existem dois tipos de enxaqueca menstrual

Antes de mais nada, outra coisa que você precisa saber é que existem dois tipos de enxaqueca relacionada à menstruação.

• O primeiro é chamado de Enxaqueca Menstrual Pura, que se manifesta exclusivamente nos dias que antecedem, ou durante, o período.
• O outro tipo é a Enxaqueca Relacionada com a Menstruação, em que, na maioria das vezes, a relação não é exclusiva, havendo um predomínio próximo ao período menstrual².

E por que você precisa saber dessas coisas? Porque elas fazem toda a diferença na hora de decidir um tratamento junto ao seu médico. Por exemplo: quando essa relação é bem estabelecida, recomenda-se ainda mais cuidado com outros gatilhos de crises no período mais vulnerável, como privação de sono ou jejum prolongado.

Se as crises são frequentes ao longo do mês, e também se manifestam no período menstrual, deve-se considerar um tratamento preventivo. E nos casos em que a maioria das crises acontecem durante o período menstrual, pode-se considerar um tratamento preemptivo².

Enfim, o importante é compartilhar as características da sua enxaqueca com o especialista para ter um tratamento adequado e que proporcione mais qualidade de vida para você.

Referências bibliográficas:

1. Sociedade Brasileira de Cefaleia:  Enxaqueca com aura. Acessado em junho de 2020.
2. Sociedade Brasileira de Cefaleia: Dor de cabeça e menstruação. Acessado em junho de 2020.
3. Pavlović, Jelena M et al. “Burden of migraine related to menses: results from the AMPP study.” The journal of headache and painvol. 16 24. 18 Mar. 2015. Acessado em junho de 2020.